Akinwumi Adesiana, que falava à saída de uma audiência com o Presidente de Angola, João Lourenço, referiu que a situação da juventude é uma preocupação do chefe de Estado angolano, e explicou que o objetivo desse banco seria ajudar os jovens a empreender com ‘startups’, empresas de tecnologia financeira, de tecnologia digital “no sentido de fazer com que se eleve o nível de vida das populações”.

 

Neste encontro, antecedido de uma reunião com o ministro do Planeamento, Victor Hugo Guilherme, e com a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, o BAD deu garantias ao chefe de Estado angolano de que vai continuar a apoiar projetos na área da agricultura e energias, tal como o setor de pescas, industrial e todas áreas que visam o desenvolvimento do país.

Segundo Akinwumi Adesina, no setor da agricultura o BAD está empenhado em apoiar o Governo de Angola com a produção de cereais, designadamente milho, trigo e arroz, e reforçar o seu apoio no Corredor do Lobito com um investimento de 500 milhões de dólares.

“O Governo já investiu mais de dois mil milhões de dólares e o BAD pretende apoiar este projeto [Corredor do Lobito] como já temos feito do lado zambiano, fazendo com que haja essa conexão”, frisou.

Na área da energia, adiantou que Angola produz já cerca de 5,2 megawatts de energia, mas desperdiça cerca de 1,5 megawatts e é preciso trabalhar-se para garantir que esta energia chegue aos consumidores.

O presidente do BAD disse que deu a João Lourenço a garantia de que o banco continuará a apoiar, principalmente a construção de linhas de transmissão e transporte [de energia] “que possam ligar aos países vizinhos, consequentemente com a rede da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral] através da exportação de energia para a Zâmbia e Namíbia”, referiu.

Adesina salientou que abordou também com João Lourenço a questão do Corredor de Moçâmedes, na província angolana do Namibe, “uma área bastante importante”, onde também garantiu que o BAD pode dar opoios apoiar.

O presidente do BAD também felicitou o Presidente da República e o Governo de Angola “pela qualidade e resiliência da economia angolana”, cuja previsão de crescimento deste ano é de 2,7% e para o próximo ano 4,2%, e a prestação em várias vertentes macro-económicas.

“O Governo angolano está a fazer um grande trabalho nesse sentido, apesar da conjuntura internacional difícil”, disse.

Destacou que o rácio da dívida nos anos transatos estava a volta de 80% e este ano baixou para cerca de 50%, declarando que “Angola está a criar um setor fiscal bastante sólido”.

Ainda no âmbito da economia, referiu o facto de Angola estar com reservas líquidas internacionais de cerca de 14,5 mil milhões de dólares, com uma cobertura de importação de 7,5 meses, melhor do que “o padrão estabelecido pelo Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, que é de cinco meses”, realçou.

Akinwumi Adesina felicitou o Presidente angolano pela sua eleição como próximo presidente da União Africana, por se tratar do maior fórum político do continente, bem como “pela sua liderança e esforço diplomático para a busca da paz e estabilidade no continente, sobretudo no leste da República Democrática do Congo”.

“Portanto, estamos bastante confiantes com o país, com as instituições e o Governo”, vincou.

Desde o início das suas operações em Angola, em 1980, o Grupo Banco Africano de Desenvolvimento aprovou um total de mais de 3.000 milhões de dólares para projetos de desenvolvimento no país.

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