As alegações contra Egisto Ott, que trabalhou para uma agência de serviços secretos agora extinta, e cuja prisão foi anunciada na sexta-feira, são “graves” e levaram Nehammer a convocar uma reunião, na próxima semana, do Conselho de Segurança Nacional da Áustria, disse o chanceler.

“Por um lado, estas alegações têm de ser tratadas pelo poder judicial. Por outro, é necessária uma avaliação e clarificação da situação de segurança “, afirmou Nehammer.

O responsável político salientou ser necessário evitar os riscos de espionagem russa.

“Temos de evitar que as redes de espionagem russas ameacem o nosso país, infiltrando-se ou instrumentalizando partidos e redes políticas”, acrescentou.

Nehammer informou que vai reunir na terça-feira da próxima semana o Conselho de Segurança Nacional, composto por ministros e membros de todos os partidos políticos.

O Tribunal Penal de Viena aprovou uma prorrogação de 14 dias para a detenção de Ott relativamente às acusações de que é alvo e que o antigo agente nega.

O Ministério Público de Viena recusou-se a dar pormenores sobre as suspeitas de espionagem, mas disse que estavam relacionadas com “abuso de poder” e eram “prejudiciais para a Áustria”.

A Grã-Bretanha deteve cinco cidadãos búlgaros no ano passado, um sexto em fevereiro e acusou-os de alegadamente serem membros de uma rede de espionagem russa que trabalhava em conjunto com o fugitivo Jan Marsalek, o ex-diretor de operações da Wirecard, a empresa alemã de processamento de pagamentos que entrou em colapso em 2020.

Uma reportagem conjunta da revista Der Spiegel, da emissora pública alemã ZDF, do jornal austríaco Der Standard e da plataforma de investigação russa The Insider noticiou no mês passado que Ott e outro ex-oficial dos serviços secretos austríacos são suspeitos de terem espiado potenciais alvos na Europa e de terem passado as informações a Jan Marsalek, que alegam ter ligações aos serviços secretos russos desde, pelo menos, 2014.

Foi também referido que Ott e o seu colega terão ajudado Marsalek a fugir secretamente da Áustria num jato privado em 2020, após o colapso do Wirecard.

Em 2017, serviços secretos ocidentais alertaram os homólogos austríacos para a possibilidade de Ott poder estar a espiar para a Rússia.

Egisto Ott foi suspenso em 2017 e chegou a ser detido durante um curto período em 2021.

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