Este domingo, dia 3, durante uma visita a Paiporta – uma das zonas mais afetadas pelas cheias em Valência – os reis de Espanha, assim como o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, e o presidente da Comunidade Valenciana, Carlos Mazón, foram alvos de um ataque, entretanto já reivindicado pelo partido de extrema-direita Vox.

 

Pedro Sánchez saiu imediatamente do local após aprovado o protocolo de segurança, contudo, Felipe VI e Letizia permaneceram no cortejo, apesar dos insultos de jovens que gritavam “fora daqui” e dos arremessos de lama a que foram sujeitos.

Jornalistas que se encontravam no local relataram as altercações. 

“Vivemos um enorme momento de tensão, de muita violência. Os reis caminhavam com os políticos, o presidente do Governo e o presidente da Generalitat quando entre 200 e 300 pessoas começaram a assobiar, aos insultos e a atirar objetos”, descreveu o jornalista Matías Prats em declarações à Antena 3. 

“As pessoas atiraram lama e garrafas. Infelizmente, um dos primeiros impactos da lama foi no rosto da rainha. Rapidamente foi protegida por vários seguranças com guarda-chuvas, mas o rei, apesar do ambiente, disse que queria continuar e a rainha seguiu a seu lado”, descreve. 

Matías revelou que durante o momento em que tentava obter declarações do monarca, acabou também por ser atingido por lama. “Pensei ‘meu Deus, onde se vão meter’ e começou a chover lama, garrafas e pedras”.

Na visão do jornalista, o facto de os reis não terem abandonado o cortejo é um gesto de “grande valor” tendo em conta a situação.

“O rei demonstrou muita convicção nos seus propósitos e coragem ao querer aproximar-se deles [das pessoas que ia encontrando na visita]. Ele tem consciência do que estão a sofrer e quis dar-lhes uma oportunidade de expressarem a sua indignação, nesse sentido acho que teve uma boa reação”, completa. 

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