Julian Assange, o fundador do portal WikiLeaks que enfrentava uma pena de prisão de cerca de 180 anos nos Estados Unidos, vai fazer a sua primeira intervenção pública desde que foi libertado, no Conselho da Europa, em Estrasburgo, França, na próxima semana.

 

Segundo anunciou a sua organização, esta quarta-feira, Assange irá “prestar testemunho” na Comissão dos Assuntos Jurídicos e dos Direitos do Homem da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, em Estrasburgo, no dia 1 de outubro.

“Julian Assange vai participar numa audição parlamentar em Estrasburgo, na terça-feira, 1 de outubro de 2024, que analisará a sua detenção e condenação e o seu efeito inibidor sobre os direitos humanos, antes de um debate em plenário sobre este tema na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (PACE), no dia seguinte”, lê-se também na página da Assembleia Parlamentar.

Quando foi libertado no final de junho, Stella Assange, com quem o australiano casou numa prisão de alta segurança em Londres, disse que o marido precisava de algum tempo para recuperar a saúde e a sanidade depois da sua longa detenção, bem como para estar com os seus dois filhos, que nunca tinha visto fora da prisão. Agora, prepara-se para fazer uma “pausa excecional”.

“Será uma pausa excecional na sua recuperação, uma vez que [o Conselho da Europa] convidou Julian a prestar testemunho no relatório da Comissão”, indicou Stella Assange, citada pela agência de notícias Reuters. 

Recorde-se que o portal Wikileaks anunciou, no final de junho, que Julian Assange, que se encontrava preso no Reino Unido, foi libertado sequência de um acordo com a Justiça norte-americana, nos termos do qual aceitou declarar-se culpado de um dos crimes que era acusado: conspiração para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais relacionadas com a Defesa e a Segurança Nacional dos Estados Unidos.

Com o acordo, Assange foi condenado a 62 meses de prisão, uma pena já cumprida em prisão preventiva em Londres. Assange aceitou ainda renunciar ao direito de apresentar recurso e comprometeu-se a destruir qualquer informação confidencial obtida pelo WikiLeaks.

Assange estava detido em Belmarsh, no leste da capital britânica desde 2019, após sete anos de reclusão na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou para evitar ser extraditado para a Suécia, onde era acusado de violação.

Desde então, os EUA tentavam a extradição de Assange, acusado de 18 crimes de espionagem e de intrusão informática pela divulgação no portal WikiLeaks de documentos confidenciais, que em 2010 e 2011 expuseram violações de direitos humanos cometidas pelo exército norte-americano no Iraque e no Afeganistão.

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