Marc Cucurella tem sido um dos destaques da seleção de Espanha neste Euro’2024, mas a época não correu da melhor maneira ao esquerdino. Contratado pelo Chelsea a troco de 65 milhões de euros em 2022, o lateral não escapou a críticas quando estava nos blues.

 

Em entrevista concedida este sábado ao portal The Athletic, Cucurella confessou que a pressão intensa dos adeptos, aliada à instabilidade interna do clube, não o ajudou a adaptar-se à formação londrina.

“Até ao verão de 2022, a minha carreira futebolística tinha sido óptima: uma progressão constante, sempre para cima, sem retrocessos. Depois cheguei a um clube onde as expectativas eram muito, muito elevadas. Até então, tinha jogado em clubes onde cada vitória era muito especial, onde cada ponto era festejado. Depois, vou para o Chelsea, onde se ganha um jogo porque é isso que se tem de fazer. Não há tempo para relaxar ou desfrutar”, começou por dizer o jogador com formação no Barcelona e que passou pelo Eibar e Getafe antes de rumar ao futebol inglês pela porta do Brighton, em 2021.

“Era algo que eu podia esperar. Mas nessa primeira época houve várias mudanças de direção… aconteceram muitas coisas no clube. Tudo se conjugou e foi a tempestade perfeita. Eu também tive as minhas dificuldades. Passei os primeiros dois meses a viver num hotel com a minha família e, pouco depois de termos encontrado um lugar para viver, fomos assaltados por ladrões. Depois disso, passei dois dias hospitalizado devido a um vírus. Perdi muito peso e tive de começar do zero para voltar a estar em forma. O regresso não foi fácil. A equipa também não conseguia encontrar o seu caminho no campo”, vincou

“E, finalmente, os adeptos julgaram-me a mim e a alguns outros colegas de equipa pelo preço que o Chelsea pagou por nós, o que não tem nada a ver comigo! Se esse dinheiro tivesse ido diretamente para o meu bolso, talvez fosse justo. As pessoas esperam que, com determinados preços, tenhamos de ser uma máquina. Por vezes é difícil compreender que somos pessoas normais que têm os seus próprios problemas fora do relvado. Temos fases piores e melhores nas nossas vidas”, prosseguiu ainda Cucurella.

“Foi difícil dar a volta por cima. Trabalhei muito. Também sofri muito pela minha família. Isso foi o pior de tudo. Tinha um pouco de medo, nos momentos em que estava a ser criticado, que quando fosse passear na cidade com a minha família alguém nos insultasse. Nunca aconteceu de forma negativa, mas tinha algum receio disso. Era isso que me preocupava mais. No final, acho que isto faz parte do futebol. Há que manter o silêncio e continuar a trabalhar. Estive a trabalhar com um psicólogo durante algum tempo. Ajudou-me muito a compreender o meu trabalho. A confiança é a coisa mais importante. Sente-se a falta dela quando se tem dificuldades, mas ela flui quando se tem sucesso. Tenho trabalhado muito nesse aspeto, para estabilizar esses momentos. Esta época também não comecei bem, não joguei muito. Mas senti que podia melhorar cada vez mais e, depois de treinar muito, aproveitei a oportunidade que me foi dada”, finalizou o espanhol.

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