Sobre a obra vencedora, que será publicada em Portugal no próximo ano, o júri realçou “a qualidade exímia” com que expõe “memórias de Lisboa [e] da sua periferia”. O prémio tem o valor pecuniário de 3.500 euros.

 

A esta segunda edição do Prémio Literário Armando Baptista-Bastos, apresentaram-se 40 candidatos, dois deles oriundos do Brasil.

O júri foi presidido pelo editor literário Manuel Alberto Valente, e constituído pelos escritores Dulce Maria Cardoso, Maria João Cantinho, José Ferreira Fernandes e Ricardo Gonçalves Dias, também vogal da Junta de Freguesia.

António Cabrita, a viver em Moçambique desde 2005, foi jornalista durante 23 anos, tendo trabalhado no semanário Expresso, de 1988 a 2004.

Literariamente, estreou-se em 1979, com a publicação de um livro de poesia, linha muito presente na sua obra, que reuniu pela primeira vez na coletânea ‘Arte Negra’ (2000), seguindo-se títulos como ‘Abysmos da mão’.

António Cabrita é também autor de guiões e argumentos, alguns em parceria, para séries documentais como ‘Mar das Índias’, de Miguel Portas e Helena Torres, e de filmes como ‘Eu Vi a Luz Num País Perdido’ (1993), de António Escudeiro, ‘Paraíso Perdido’ (1995), de Alberto Seixas Santos, ‘Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra’ (2005), de José Carlos Oliveira, e ‘O Búzio’ (2005), de Sol de Carvalho.

Com Maria Velho da Costa (1938-2020), escreveu ‘Inferno’ (2001), sobre Camilo Castelo Branco, como um possível guião para filme, resultado de encomenda para uma trilogia cinematográfica, a desdobrar em série televisiva, que ficou por cumprir. A obra foi editada em livro pelas edições Íman.

António Cabrita ensina dramaturgia e teoria prática de guiões em Moçambique e tem vindo a publicar ensaios, livros de contos, romances e volumes de poesia. Mantém uma coluna no jornal Hoje Macau.

Entre outros, é autor dos livros de poesia ‘Bagagem não Reclamada’, ‘Anatomia Comparada dos Animais Selvagens’, com o qual venceu o Prémio P.E.N. Clube, em 2018, ‘A Kodak faliu’, ‘Dick, o cão da minha infância’, e dos romances ‘A Maldição de Ondina’ (2013), ‘Éter’ (2015), ‘A Paixão segundo João de Deus’ (2019) e ‘Fotografar Contra a Luz’ (2020).

‘Trístia’ e ‘Uma ostra questão’, de 2021, estão entre os seus mais recentes títulos.

A obra ‘Tecto, para andar ao relento’ (2022) reúne algumas das suas crónicas. Como tradutor, conta-se a antologia de poesia hispânica ‘As Causas Perdidas’ (2020).

No ano passado, na primeira edição do Prémio Literário Armando Baptista-Bastos, o vencedor foi o romance ‘Disfarça, que lá vem Sartre’, do autor brasileiro Álvaro Filho.

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