Numa resposta enviada à agência Lusa, a direção executiva do SNS adianta que até ao momento não foram feitas novas nomeações.
Na quarta-feira, a ministra da Saúde referiu, em declarações aos jornalistas, no final de uma visita ao hospital Amadora- Sintra, que a administração da ULSAS estaria a funcionar até ao término do seu mandato.
“O Hospital Garcia de Orta está a funcionar, naturalmente. Tanto quanto eu sei não há nada de novo e penso que, enfim, tem o seu conselho de administração a funcionar até ao término do seu mandato, pelo menos é isso que tudo indica”, disse Ana Paula Martins, acrescentando que o fim do mandato seria em dezembro de 2025.
Contudo, a direção executiva do SNS esclareceu hoje à Lusa que o mandato termina no final de dezembro deste ano.
A direção executiva do Serviço Nacional de Saúde decidiu, no início de setembro, afastar o conselho de administração da ULSAS, que inclui o Hospital Garcia de Orta.
Na altura, diretores de serviço do Hospital Garcia de Orta, coordenadores de centros de saúde do agrupamento Almada–Seixal, enfermeiros gestores e técnicos coordenadores manifestaram-se contra a demissão num abaixo-assinado onde afirmavam discordar da decisão e reiteravam “toda a confiança na atual equipa de gestão e na continuidade dos projetos em curso”.
O documento foi assinado por 36 diretores de serviço do Hospital Garcia de Orta, pelos coordenadores de 23 Unidades de Saúde Familiar, 16 enfermeiros gestores e nove técnicos coordenadores.
O conselho de administração é presidido pela farmacêutica Maria Teresa Luciano, desde janeiro de 2024. Anteriormente, exerceu o cargo de presidente do hospital Garcia de Orta, de agosto de 2022 a janeiro de 2024.
Até agora não tinha sido revelada publicamente uma data para a sua saída.
No âmbito deste caso, já se realizaram audições na Assembleia da República, nomeadamente do conselho de administração e dos diretores de serviço e coordenadores que assinaram o abaixo-assinado em solidariedade com a administração da ULS de Almada-Seixal.
O PS também requereu a presença do diretor executivo do SNS, mas a audição que ainda não se realizou.
No parlamento, Teresa Luciano explicou que em 03 de setembro, pelas 14:25, recebeu um telefonema de menos de três minutos da direção executiva do SNS a dizer que “a ministra tinha apreço pelo trabalho que desenvolviam, mas se podiam fazer cartas de rescisão”.
Questionada pelos deputados se a administração se iria demitir, Teresa Luciano respondeu: “Não vamos apresentar a nossa demissão e desafiamos alguém que consiga fazer melhor que nós, que consiga produzir com o que temos”.
A responsável adiantou ainda que na conversa de menos de três minutos não houve uma fundamentação para a demissão e que, por isso, continuará em funções, saindo apenas com o fim do mandato.
A Unidade Local de Saúde de Almada-Seixal (ULSAS) integra o Hospital Garcia de Orta e o Agrupamento de Centros de Saúde de Almada-Seixal, no distrito de Setúbal.
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