De acordo com fonte da Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, a votação do requerimento foi adiada a pedido do PSD e remarcada para a próxima quarta-feira.

 

Os bloquistas acusam o conselho de administração da Fundação de Serralves de recusarem “sistematicamente a reposição da gratuitidade” do acesso ao Museu de Arte Contemporânea todos os domingos, cavando “um fosso maior com o território em que deveria estar enraizado”.

No requerimento, os deputados José Soeiro e Joana Mortágua afirmam que “Serralves não pode ficar de fora nem da medida de alargamento da gratuitidade dos museus, nem do objetivo de democratização que deve ter o financiamento público”.

Além de criticarem a administração por se afastar da lei que vigora desde setembro de 2023 nos museus e monumentos tutelados pelo Estado, os deputados afirmam que Serralves “também não aderiu à medida que entrou em vigor no passado mês de agosto”, que estabelece 52 visitas gratuitas por ano a 37 equipamentos culturais públicos, apesar de não pertencer ao universo de espaços abrangidos.

No início de setembro, o jornal Público noticiava que no primeiro domingo desse mês (cuja entrada é gratuita) se registaram longas filas no acesso ao museu e que os bilhetes para entradas gratuitas na exposição da artista japonesa Yauoi Kusama se tinham esgotado. No entanto, era possível entrar nessa mesma exposição pagando bilhete.

“Não se trata de um critério sobre lotação máxima do espaço, mas de uma gestão que visa limitar as entradas gratuitas na única escassa manhã em que elas seriam possíveis”, afirma o Bloco de Esquerda.

O partido lembra que a fundação recebe anualmente um “relevante financiamento do Estado”, que este ano se fixou em 6,4 milhões de euros “como resultado de uma avaliação positiva” e na sequência de um “enorme sucesso financeiro”.

Este assunto já tinha levado, no início de abril, o PCP a avançar com um abaixo-assinado em defesa da gestão pública e garantia da gratuitidade da entrada em Serralves todos os domingos e feriados.

O documento que integra o abaixo-assinado culminou num projeto de resolução que deu entrada no dia 26 de setembro, na Assembleia da República.

À semelhança do BE, o PCP defende que a cultura “não pode ser encarada como um luxo ou privilégio”, mas como “um pilar do regime democrático”.

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