Oito tendas de campismo foram instaladas esta terça-feira de manhã no pátio do edifício, onde os estudantes colaram faixas e cartazes com as mensagens “Fim ao Genocídio”, “Fim ao Fóssil até 2030”, “De Lisboa a Rafah, Palestina Vencerá”, “Bloco de Resistência Estudantil – Fim à repressão policial”, “O nosso futuro acima do lucro fóssil” ou “Eletricidade 100% Renovável”.

Numa resposta enviada à Lusa esta terça-feira à noite, Luís Miguel Carvalho, diretor do Instituto de Educação, e Telmo Mourinho Baptista, diretor da Faculdade de Psicologia, referiram que as instituições foram surpreendidas pelo protesto estudantil, que ocupou edifício partilhado por ambas as escolas da Universidade de Lisboa.

“Não foi solicitada qualquer autorização para a realização do protesto”, frisaram, acrescentando que “até ao momento não foi posto em causa o normal funcionamento das atividades”.

“As direções falaram com os estudantes e clarificaram que, tal como comunicado hoje [terça-feira] às nossas comunidades académicas, privilegiam a coexistência da manifestação do protesto com o desenvolvimento das atividades académicas previstas”, sublinharam ainda.

Com esta ocupação, convocada por vários coletivos, os manifestantes juntam-se assim ao movimento estudantil internacional, iniciado em universidades norte-americanas e que se tem repercutido por todo o mundo, incluindo vários países europeus, na América Latina e na Austrália.

Catarina Bio, de 21 anos, porta-voz da ocupação, explicou à Lusa que os manifestantes promoveram uma “programação política para explicar como o problema do colonialismo fóssil e o problema do genocídio que está a acontecer em Gaza são exatamente o mesmo: este sistema que coloca o lucro acima da vida das pessoas”.

Os estudantes, explicou, estão determinados a permanecer acampados e organizaram-se em grupos de trabalho.

Os protestos continuaram esta terça-feira em várias cidades europeias, como Paris, Berlim, Amesterdão ou Genebra, em alguns casos reprimidos pelas forças policiais e com detenções de dezenas de ativistas.

O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou quase 35.000 mortos, segundo o Hamas, que governa o pequeno enclave palestiniano desde 2007.

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